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Ultrapassando a barreira do medo

Atualizado: 22 de jun.

Eu consigo me lembrar dos meus sonhos quando eu era criança. Eu sonhava com minha carreira, com viagens e com tudo o que me fizesse viver de um jeito diferente do que era o comum para a minha família. Eu via um mundo de possibilidades, e nada nem ninguém era capaz de me fazer pensar que algo era demais para mim, porque a minha confiança era tão alta quanto eram os meus sonhos.

Com cinco anos, eu cheguei a falar para a minha mãe que queria ser "garota de programa" quando crescesse, achando que era a mesma coisa que "apresentadora de tv". Mais cômico do que trágico, claro, porque minha mãe morreu de rir e virou uma boa piada dentro de casa. Apesar do acaso nas palavras, ali foi meu primeiro passo para um entendimento de que eu era uma comunicadora nata. Eu não tinha vergonha de nada, nem de ninguém. Novamente, minha confiança era tão alta quanto os meus sonhos.

Aos oito anos, eu era chamada para apresentar todas as atividades da escola, estava sempre nas revistas e cheguei a ser eleita Miss Simpatia, de tanto que eu gostava de conversar com todos à minha volta. Novamente, eu não tinha vergonha de nada.

Quando eu cresci um pouco mais, achei uma ótima ideia ser executiva e ser jornalista, tudo ao mesmo tempo. Aos 14 anos, eu comecei a me preparar para essa meta, eu já tinha certeza de que faria Jornalismo. Com essa decisão, muitas coisas vieram junto no combo, curso de idiomas, aperfeiçoamento da escrita, eu levava muito a sério as aulas de português e lembro perfeitamente das regras que a professora Fabiane passava em aula. Lembro mesmo! Nada era grande ou difícil demais para os meus objetivos. Nem mesmo o pessimismo e crenças limitantes de todo mundo à minha volta. A confiança permanecia no topo!

Mas no Ensino Médio eu comecei a ficar insegura. Tudo se tornou mais superficial para mim, e eu sentia que a minha aparência poderia ser capaz de abrir ou fechar mais portas do que a minha inteligência. Comecei a ter medo. Eu não queria estar fora dos ciclos, eu queria ter amigos e ser querida por todos. Se eu sentisse que minha habilidade comunicativa incomodava, eu me calava. Eu queria ser aceita. E minha confiança já não estava mais no topo. Com a insegurança, surgiram as dúvidas.

Será que a faculdade de Jornalismo era a escolha certa? Eu realmente sou uma boa comunicadora? Ninguém nunca havia me encorajado para isso, e minha família dizia que eu provavelmente não conseguiria emprego com essa faculdade. E agora? Eu voltaria atrás nos meus sonhos? Eu ouvia o tempo todo que o mercado era competitivo e que dificilmente eu conseguiria alcançar o que eu queria. Eu estaria tão errada assim? Eu estava realmente duvidando de mim em todos os aspectos!

Mas não tinha jeito, eu tinha que fazer uma escolha. E quer saber? Foda-se.
Resolvi bater no peito e ir com medo mesmo!

Fui para a faculdade de Jornalismo e logo na primeira semana, eu amava tudo aquilo! Todas as aulas e todas as experiências. Eu estava no lugar certo! Mas e o trabalho? Será que eu seria mesmo mais uma pessoa formada em Jornalismo que não consegue emprego? Mas eu tinha me preparado tanto, tinha tudo organizado. Será? Mesmo tentando ser otimista, alguém sempre trazia alguma frase que me colocava pra baixo de novo.

Novamente, foda-se. Bati no peito e fui com tudo.

Ainda na faculdade, fiz dois estágios ótimos e, dali em diante, minha carreira foi seguindo o ritmo que eu colocava nela. Eu estava realizando os projetos que eu queria, estava sendo reconhecida pelo meu trabalho. E cada vez que eu sentia que merecia algo a mais, eu conversava com meus/minhas gestoras para conquistar. Eu não parava.

Eu nunca quis parar.

Mas cada vez que alguém me fazia acreditar que eu não merecia, eu duvidava de mim mesma novamente. E era todo um trabalho para voltar a acreditar.

Foda-se de novo. Vamos com tudo.

Não é fácil. A cada dia, parece haver mais pessoas que duvidam do que que acreditam, e eu demorei para entender que esse medo é delas, não é meu. Resolvi me vestir do medo e atravessar com ele mesmo. Ele sempre vai estar comigo, e eu vou usar ele a meu favor, para estar sempre atenta e focada. O medo virou meu amigo para ir além!

Como diria meu ídolo, Will Smith: " Você percebe que o ponto de máximo perigo é o ponto de mínimo medo."

Que eu sempre consiga ultrapassar a barreira do meu medo!

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